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Abaixo do pequeno sol que é o teu candeeiro lembrei-me de um outono longo que passei quase sempre fora. Ficava até tarde ao fim dos dias pelos montes molhados cismado em andar nas terras dos outros como se fossem minhas. Ainda libertei uma ou duas ovelhas presas ao chão por uma corda à terra que as alimentava por esse cordão umbilical inerte que nascia numa farpa de madeira urdida por alguém com a sua própria dignidade. Mas eu não queria saber disso. Nem queria saber que me descobrissem. Sabia fugir e sabia bem onde viviam os coelhos debaixo das urzes espinhosas em caminhos confortáveis na encosta. E aí sería com machados que surpreenderia os caçadores um a um. Retirando as armas aos animais para as usar para mim, para os meus e contra todos os seus amigos. Assim se viveria a vida e se começaria uma vida nova que só a lógica e a cobardia não permite. Mas dessa sofreguidão não se deve falar muito. Porque só dá prejuízo.
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